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Ex-ministros da Fazenda e ex-BCs pedem retomada sustentável

Grupo elabora documento para sugerir que a recuperação no pós-pandemia seja sustentável e no caminho da descarbonização

Em iniciativa inédita, um grupo de ex-ministros da Fazenda e presidentes do Banco Central brasileiros se uniram na elaboração de um documento para sugerir que a retomada da economia brasileira no pós-pandemia seja sustentável e no caminho da descarbonização.

Aderiram à iniciativa Armínio Fraga, Eduardo Guardia, Henrique Meirelles, Ilan Goldfajn, Joaquim Levy, Mailson da Nóbrega, Persio Arida, Rubens Ricupero, Marcilio Marques Moreira, Nelson Barbosa e Gustavo Loyola, entre outros. A ex-ministra Zélia Cardoso de Mello também deve se juntar ao movimento.

A carta “Convergência pelo Brasil” será divulgada na terça-feira e é dirigida à sociedade. A intenção é promover o debate da descarbonização da economia brasileira.

“Este é ponto central no documento, além da promoção da economia circular”, diz Gustavo Tosello Pinheiro, coordenador do projeto e do portfóio de economia de baixo carbono do Instituto Clima e Sociedade (iCS). O documento deve ter quatro páginas e “trazer a mudança do clima como grande fator potencial de geração de choques sistêmicos”, continua Pinheiro. A iniciativa foi coordenada pelo iCS e pelo Instituto Mundo que Queremos, agência de comunicação com foco em mudanças sociais.

Mailson da Nóbrega, ministro da Fazenda do governo de José Sarney, lembrou, em material de produção do manifesto a que o Valor teve acesso, que o Brasil sairá da pandemia “mais empobrecido, mais desigual, mais fragilizado economicamente e muito mais endividado”. Ele questiona: “Como se dará a recuperação da economia?”

O ex-presidente do Banco Central Persio Arida, um dos idealizadores do Plano Real, é um conhecedor das negociações internacionais que culminaram no Acordo de Paris, em 2015, mas acredita que mecanismos de preço para reduzir as emissões de carbono são mais eficientes e rápidos para impulsionar a transição econômica.

Nelson Barbosa, ministro da Fazenda do governo de Dilma Rousseff, lembra que o tema ambiental “já faz parte da política econômica nos principais países do mundo há algum tempo”. Completa: “E tem sido utilizado como critério para definir políticas de investimento, industriais, de desenvolvimento urbano. No Brasil, contudo, ainda é incipiente.” Henrique Meirelles, por seu turno, diz que “o problema da crise econômica decorrente da questão climática, não é um risco eventual. Está acontecendo.”

Fonte: Valor Econômico, por Daniela Chiaretti

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