Band (publicado em 04/07/2021)
O Canal Livre deste domingo (04) recebe o economista Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central e do BNDES, além de um dos formuladores do Plano Real, para analisar o momento econômico do País e projetar expectativas para os próximos anos. A apresentação fica por conta de Rodolfo Schneider, ao lado dos jornalistas Fernando Mitre e Juliana Rosa.
Para Pérsio, nenhuma economia cai para sempre. “Quando cai, depois se recupera. Economia tem ciclos”, diz. No entanto, o economista acredita que é necessário ir além desse ciclo econômico. “É crescer mais permanentemente, mudar a tendência estrutural de crescimento”.
Pérsio Arida também chama atenção para o fato de que o Brasil é um País pobre e, portanto, é necessário elevar a renda: “Temos que distribuir melhor a renda, certamente, mas temos que aumentá-la também. E, para isso, é preciso fazer um volume de reformas que esse governo claramente se mostra incapaz de fazer. Foi incapaz até agora e, certamente, não será capaz até o final desse ano ou do ano seguinte”, critica.
Sobre chegar às camadas mais pobres da população, o economista diz que é preciso haver um crescimento vigoroso. “Para você conseguir, de fato, absorver mão de obra de forma substantiva e alavancar o País, você tem que crescer 3,5% e 4%. E acho que dá pra chegar lá, mas é preciso uma constelação política econômica muito diversa da atual. Muito diversa”, afirma.
Além do desemprego provocado pela pandemia, o Brasil também vive o risco de uma crise no setor elétrico. A jornalista Juliana Rosa perguntou justamente sobre o impacto econômico com relação ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. O economista respondeu que a dependência do País à matriz hídrica é de longa data e que é preciso se lembrar de outras duas fontes de energia: o gás natural e a energia solar. “O Brasil tem água e tem sol, dentre outras bênçãos que temos. Tem que se fazer uma transição para as energias limpas. A hídrica é limpa, mas é limitada. Tem que aproveitar esse fato e ir na direção das energias não poluentes radicalmente”, disse. “Se o Brasil for crescer 4% ao ano e não pensar na matriz energética ano no sim, ano não, vai ter problema.”
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