Folha (publicado em 09/01/2022)
2021 foi um horror, a questão da fome estava praticamente eliminada no país e voltamos a vivenciar essa realidade. É preciso solidariedade neste momento, ter a consciência que não se pode depender só do governo. O setor privado tem que se mobilizar. Devemos nos conscientizar que os problemas sociais não se resolvem sozinhos. Mas não adianta só tapar buraco.
Acredito que a distribuição desigual de renda deriva da distribuição desigual de educação. Meu maior engajamento é nessa seara. Tenho uma fazenda de café em Espírito Santo do Pinhal, no interior de São Paulo. Lá mantemos uma escola para 16 crianças e jovens, até 15 anos. No município, levamos o Parceiros da Educação para auxiliar nove escolas de ensino fundamental, seja na formação de professores ou no apoio a alunos com aprendizagem defasada. A partir deste ano, vamos oferecer exame oftalmológico aos estudantes.
Sempre fui uma pessoa ligada a gente e ter que manter relacionamentos por vídeo foi muito ruim. Não por acaso, vi muitas pessoas abaladas psicologicamente, isso me chamou a atenção. Também me chamou a atenção ver tantos comércios sofrerem, fecharem as portas de uma hora para outra. Aquele lugar onde eu ia almoçar, de repente, deixou de existir.
Muitas vezes as empresas são criticadas por demitirem. É claro que ninguém quer isso, uma decisão drástica que afeta as famílias. Mas é preciso lembrar da recomendação nos voos: em caso de despressurização, coloque a máscara primeiro em você e depois ajude quem está ao lado. Se a empresa não cuidar da sua saúde financeira, não tiver lucro, vai afundar junto.
O importante é nunca entrar em pânico.
Link da publicação: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/01/71-dos-lideres-empresariais-estao-pessimistas-com-cena-politica-em-2022.shtml
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