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PIB traz boas notícias, mas há limites para a sua velocidade

Estadão

PIB do primeiro trimestre embute boas notícias, e aponta para uma expansão da economia entre 1,5% e 2,0% em 2022. O consenso entre os economistas de mercado, que apontava para uma expansão inferior a 0,4% nesse ano ao final de 2021, deve se deslocar para o intervalo acima citado, a despeito de visões geralmente mais sombrias sobre o ambiente externo.

Nossa projeção era de crescimento de 1,3% no primeiro trimestre, com ajuste sazonal frente ao anterior, e o resultado divulgado ficou um pouco aquém, 1,0%. Quando consideramos o lado da oferta, o desapontamento veio da agricultura, enquanto a indústria veio em linha com o esperado, e os serviços, sob o efeito da reabertura, mais fortes. Analisando o PIB pelo lado da demanda, o consumo das famílias refletiu a normalização da mobilidade e circulação em fevereiro e março, ao passo que o investimento sofreu uma retração.

Olhando adiante, com a divulgação do PIB do primeiro trimestre, o carrego estatístico para o ano subiu de 0,8% para 1,5%. Dois fatores devem estar ajudando o PIB no trimestre corrente: a continuidade do processo de reabertura e os estímulos ao consumo, incluindo a liberação de recursos do FGTS e antecipação do 13º salário de aposentados – uma expansão entre 0,5% e 1% parece plausível.

A segunda metade do ano tende a ser mais desafiadora, dado que alguns dos estímulos correntes devem passar ou ser revertidos, e tendo em vista o impacto progressivamente mais forte da política monetária – esperamos uma contração média de 0,4% por trimestre.

Link da publicação: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,pib-analise-mario-mesquita-itau,70004083151

As opiniões aqui expressas são do autor e não refletem necessariamente as do CDPP, tampouco as dos demais associados.

Sobre o autor

Mario Magalhães Carvalho Mesquita