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Democracia e Economia

“Ah, seu eu fosse ditador por um dia…”. É um pensamento que pode ocorrer ao nos depararmos com a istância entre o que o país poderia ser e o que é na atualidade. Tanta coisa para consertar e tantos vaivéns em Brasília que parecem levar o país para lugar nenhum!

Economistas com frequência sucumbem a essa tentação autoritária. Formulam um modelo matemático, definem teoricamente uma alocação de recursos que maximizaria o bem-estar do país. Imaginam um ditador benevolente e onisciente que colocaria em prática essa solução ótima e a
contrastam com a realidade para concluir que com democracia o país não tem jeito.

Alguns fazem esse exercício não só em teoria, na prática também. Em 1974, no auge do chamado milagre econômico da ditadura militar, um ministro da Fazenda exaltava a fórmula matemática que reajustava os salários, asseverando: “Uma fórmula desse tipo tem a vantagem de substituir um infindável jogo de greves e pressões por um simples cálculo aritmético” e. E arrematava: “O suposto milagre, na realidade, é o corolário da aplicação de um modelo econômico teoricamente bem estruturado”.

Mas não foi bem assim. Não dá para julgar o desempenho econômico da ditadura militar só na fase ascendente do ciclo econômico.

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As opiniões aqui expressas são do autor e não refletem necessariamente as do CDPP, tampouco as dos demais associados.

Sobre o autor

Edmar Bacha