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Um dos principais economistas do país, Armínio Fraga analisa os ruídos mais recentes do governo em torno da meta fiscal, um dos pontos mais preocupantes para o mercado na política econômica de Lula. Questionado sobre a fala do presidente que ‘dificilmente’ o governo vai conseguir zerar o déficit fiscal em 2024, o economista alertou para o caminho ‘trágico’ que uma bagunça fiscal pode levar.
“Claramente ele [Lula] deu uma rasteira no ministro [Haddad]. Numa situação que já tinha dificuldades, que já vinha lá de trás”, afirmou. “O caminho da bagunça fiscal é trágico. O arcabouço [fiscal] já nasceu meio fraco e agora ele levou essa rasteira. Os analistas já esperavam essa dificuldade, sobretudo porque o lado do gasto vem crescendo há décadas no Brasil, e não pode entrar na equação. Ele foi excluído por decisão do governo, presumo que do próprio presidente”, acrescentou.
Sobre a condução da economia pelo ministro Fernando Haddad, Fraga considera que “não está sendo fácil”, mas que o petista apontou o Brasil “para a direção certa”. “Eu dei bastante credito ao ministro [Haddad] quando ele propôs o arcabouço, mesmo tendo feito de primeira hora o alerta que era um movimento bom, positivo, mas insuficiente. Eu dou crédito a ele porque naquele momento parecia que o Brasil estava pisando no acelerador na direção errada, do penhasco. Então acho que meio que ele pegou o ônibus e mudou a direção, apontou para a direção certa, mas ainda não andou muito. Agora ele tá enfrentando fogo amigo, que enfrentou no início e na transição também. E acho que ele está tentando, mas não está sendo fácil pra ele”, salientou.
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