“O Brasil continua sendo um fator-chave no cenário global. Tem uma liderança em energia renovável, produção agropecuária e biodiversidade única”, comentou o presidente do BID
Valor
A liderança do Brasil em energia renovável, junto com a produção agropecuária, faz o país ser fundamental para o cenário global. A reflexão foi feita nesta quarta-feira (12) por Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco central brasileiro e, atualmente, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), durante o evento Macro Talks, encontro organizado pelo C6 Bank.
“O Brasil continua sendo um fator-chave no cenário global. Tem uma liderança em energia renovável, produção agropecuária e biodiversidade única, ativos que fortalecem a compatibilidade nesse momento. Isso tende a atrair investimentos, especialmente na transição energética, na segurança alimentar e na questão ambiental”, comentou o presidente do BID.
Ilan ressaltou que a questão fiscal continua sendo um tema delicado para o Brasil e outros países da América Latina. No entanto, destacou que o Brasil também tem obtido resultados macroeconômicos positivos.
“O Brasil, no ano passado, cresceu acima de 3%” disse. “Tem que levar em consideração que é o quarto ano consecutivo que o crescimento supera as expectativas. E o desemprego caiu para 6,6%, o menor nível da série histórica que começou em 2012”, acrescentou.
Por outro lado, Ilan mencionou a inflação que fechou 2024 fora da meta, em 4,8%, mas ponderou que o Banco Central reagiu prontamente elevando a taxa Selic e reforçando o compromisso em perseguir a meta de inflação. Também citou que a valorização mais recente do dólar arrefeceu.
Na visão de Ilan, portanto, o conjunto de dados mostra que o Brasil continua sendo um ator econômico importante para atrair investimentos, o que justifica os aportes do BID em projetos no país.
“O Brasil é o maior cliente do BID. [O BID] Tem R$ 70 bilhões investidos em quase 100 projetos e, em 2025, vamos ter [mais] R$ 19 bilhões”, afirmou Ilan.
Ele citou como exemplos o financiamento ao “Amazônia Sempre”, programa de inclusão de mulheres, povos indígenas, afrodescendentes e comunidades locais na região amazônica, que recebeu R$ 4,2 bilhões do BID. Também citou a criação do ETF Amazônia para Todos, pelo qual o BID, junto com BNDES, Banco do Brasil e Caixa, vende pedaços de investimentos na Amazônia a partir de R$ 50 por investidor. O objetivo, segundo Ilan, é financiar o desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Link da publicação: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2025/02/12/liderana-em-energia-renovvel-torna-brasil-fundamental-para-cenrio-global-diz-ilan-goldfajn.ghtml
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