EUA passaram a taxar China em 104%; como resposta, gigante asiático anunciou taxação de 84% sobre os produtos importados dos Estados Unidos.
Globo News
A China pode desvalorizar a própria moeda, o yuan, para manter as exportações elevadas em meio ao tarifaço promovido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, avalia o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles.
“A China tem como meta número um a exportação e, depois, o consumo interno. Em situações como essa, a China sempre trabalhou para desvalorizar a moeda, de maneira a viabilizar mais exportações. Com isso, os preços em outras moedas ficam menores”, disse Meirelles.
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo se intensificou e, nesta quarta-feira (9), os EUA passaram a taxar as importações chinesas em 104%, mais do que dobrando o custo de entrada de bens chineses no mercado americano.
Além de retaliar com taxas contra importações americanas, a China pode recorrer à desvalorização do yuan como estratégia para manter exportações — tática já adotada em outros momentos da história.
Em 2019, a China, quando Donald Trump estava em seu primeiro mandato como presidente dos EUA, a Casa Branca taxou em 10% produtos exportados pelos chineses. A reação do gigante asiático, na ocasião, foi desvalorizar sua própria moeda ao nível mais baixo em 11 anos, para tornar os seus produtos mais competitivos no mercado global.
O governo chinês não recuou e, para além disso, revidou. O Ministério das Finanças da China anunciou nesta quarta que vai impor tarifas de 84% sobre os produtos importados dos EUA. A cobrança dessas tarifas começa já nesta quinta (10).
A nova tarifa representa uma alta de 50% sobre os 34% que já haviam sido anunciados pelo governo chinês na semana passada. Os percentuais acompanham as taxas impostas pelos EUA.
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