Ex-ministro da Fazenda defende a criação de uma frente ampla para defender os interesses do Brasil e comenta decisão polêmica no Orçamento
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As bolsas europeias e os futuros americanos são negociados em alta na manhã desta quarta-feira, 23. O governo Lula tomou uma atitude polêmica em relação ao Orçamento do Brasil. Os ministérios da Fazenda e do Planejamento ‘descongelaram’ parte do contingenciamento anunciado em maio e liberaram cerca de 20 bilhões de reais aos demais ministérios. A medida vem à tona mesmo diante de uma previsão menor de arrecadação com o decreto do IOF. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, suspendeu a cobrança do imposto sobre as operações de risco sacado — o que fez diminuir a previsão de arrecadação em 450 milhões de reais, segundo a Fazenda. Mesmo assim, o governo Lula projeta receitas maiores em 2025 e por isso reviu parte do contingenciamento do Orçamento.
O Brasil entra em contagem regressiva para o início da cobrança de tarifas de importação de 50% pelos Estados Unidos. Faltam 9 dias para a nova política comercial dos EUA entrar em vigor. Até agora, o Brasil não chegou a nenhum acordo com os americanos e tampouco tomou decisões em relação a possíveis sanções contra os Estados Unidos. Especulações dão conta que as retaliações podem passar por temas como a taxação das big techs e a criação de fundos emergenciais e de acordos diplomáticos mais amplos.
O economista Paul Krugman, vencedor do prêmio Nobel de Economia em 2008, escreveu um artigo em que afirma que o Brasil se tornou referência tecnológica em inovação para pagamentos com o Pix e que “os Estados Unidos provavelmente permanecerão presos a uma combinação de interesses pessoais e fantasias criptográficas”. O senador americano Lindsey Graham, aliado próximo de Donald Trump, afirmou que o Brasil vai ter que escolher entre Rússia e EUA e que pretende “esmagar a economia” dos países que continuarem a comprar petróleo da Rússia.
Diego Gimenes entrevista Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda. Meirelles comenta sobre a polêmica decisão do governo de ‘descongelar’ 20 bilhões do Orçamento e defende a criação de uma frente ampla para defender os interesses do Brasil na guerra comercial. “Eu torço pelo melhor, mas me preparo para o pior”, disse. Bruno Cotrim, economista da casa de análise Top Gain, fala sobre a valorização de 6% da Vale em julho e o relatório de produção e vendas da mineradora. O VEJA Mercado é transmitido de segunda a sexta, ao vivo no YouTube e nas redes sociais, a partir das 10h.
Link da publicação: https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/henrique-meirelles-fala-a-veja-sobre-tarifas-de-50-e-investigacao-do-pix/
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