Entrevistas

Para Samuel Pessôa, IOF é a solução provisória, mas ajuste fiscal ficará para 2027

Globo

Na avaliação de Samuel Pessôa, pesquisador associado do FGV Ibre e pesquisador do BTG Pactual, uma das alternativas do ministro Fernando Haddad ao arquivamento da MP 1303 é retomar a proposta de elevação do IOF. O economista acredita que esse recurso pode ser usado como uma ponte até 2027. Em entrevista na chegada ao ministério nesta quinta-feira, Haddad disse que o impacto da derrubada da medida para este ano será “muito pequeno” e citou a decisão do STF que reconheceu o mandato do governo federal para alterar o IOF, sem avaliação do Congresso. Apesar de essa ser uma solução, Pessôa ressalta que ela é provisória e que a questão fiscal ficará mesmo para depois das eleições.

— Há uma desconexão entre um Executivo de esquerda e um Congresso de direita, e vamos continuar nesse impasse até as eleições. Se a direita vencer, haverá maior consistência entre os projetos e as coisas vão fluir melhor. Se Lula vencer — cenário que me parece mais provável — veremos quais serão os termos da negociação com o Congresso para ajustar o desequilíbrio fiscal em 2027 — analisa.

Para Pessôa, tanto o IOF quanto a MP arquivada são soluções ruins para o equilíbrio das contas públicas.

— O ideal seria uma reforma mais abrangente sobre a renda: tributação de lucros e dividendos, revisão dos regimes especiais (Simples e PJ), além de moderar a velocidade de crescimento dos gastos. Mas tudo isso está suspenso até 2027. Na MP, fazia sentido o aumento da tributação das bets e a reoneração das LCAs e LCIs — exatamente os pontos que foram derrubados.

Link da publicação: https://oglobo.globo.com/blogs/miriam-leitao/post/2025/10/para-samuel-pessoa-iof-e-a-solucao-provisoria-mas-ajuste-fiscal-ficara-para-2027.ghtml

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