Entrevistas

Economia superou expectativas em ano ruim na política, diz economista

UOL

O Brasil teve um ano ruim na política, mas o lado econômico superou as expectativas, afirmou o economista Eduardo Giannetti em entrevista ao Poder e Mercado, do Canal UOL.

Acho que na política o quadro realmente desaponta muito. Principalmente o Congresso Nacional nesse ano de 2025 mostrou completa falta de compromisso com os interesses da nação.

Do ponto de vista econômico, o ano não foi tão mal assim. Nós terminamos o ano melhor do que era esperado no início e, inclusive, com superando as expectativas que se anunciavam eh que eram muito pessimistas.

Eduardo Giannetti, economista

Giannetti destacou que o cenário no início de 2025 era muito preocupante, se comparado com os resultados alcançados.

Nós entramos no ano com o real muito depreciado, estava a R$ 6,20, com uma inflação que se imaginava esse ano superaria 6%, com o Banco Central começando um aperto monetário que muita gente supôs que levaria o país para uma recessão e os resultados não foram tão dramaticamente ruins assim, pelo contrário, acho que foram até satisfatórios.

Nós vamos terminar o ano com real relativamente apreciado, na casa de 5,5, com a inflação de volta para o intervalo definido para o centro da meta e com um crescimento de 2,3%, segundo a revisão que o Banco Central apresentou hoje e que é surpreendente.

Eduardo Giannetti, economista

O economista também citou a queda do desemprego e a saída do país do mapa da fome.

Podemos falar de desemprego, menor índice da série histórica, podemos falar de mapa da fome. O Brasil saiu do mapa da fome e apresentado pela FAO.

Há uma série de indicadores que não são ruins e que não têm correspondência com esse enorme desapontamento da nação brasileira com o que vem sendo esse Congresso em final de mandato.

Eduardo Giannetti, economista

adiamento da assinatura do acordo entre União Europeia e o Mercosul foi um duro revés na diplomacia brasileira, mas não significa o rompimento do pacto, afirmou o professor da Universidade Federal de Minas Gerais Lucas Pereira Rezende.

Realmente foi um grande balde de água fria na diplomacia sul-americana, em especial para a diplomacia brasileira, mas não foi o fim do mundo.

Não foi o fim do mundo porque houve essa conversa muito positiva, aparentemente, que o Lula teve com a [Giorgia] Melone [primeira ministra da Itália] e isso pode abrir as portas para que o acordo seja firmado. Vai ser sem aquela cerejinha do bolo que seria, mas a coisa ainda não foi inviabilizada.

De fato, claro que não é uma notícia boa. Seria o momento ideal. A assinatura agora na cúpula do Mercosul seria o momento político que coroaria uma aproximação de duas décadas e meia. Claro que para nós é um banho de água fria, mas não é o fim do mundo. Vamos aguardar.

Lucas Pereira Rezende, professor da UFMG

Link da publicação: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/12/19/economia-superou-previsoes-em-ano-ruim-na-politica-no-pais-diz-economista.htm

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