Em entrevista à CNN, Luiz Fernando Figueiredo, hoje sócio e conselheiro da Jubarte Capital, afirmou que a situação envolvendo o banco de Daniel Vorcaro era irreversível
CNN Brasil
O ex-diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Luiz Fernando Figueiredo, hoje sócio e conselheiro da Jubarte Capital, analisou a intervenção do BC no caso do Banco Master, afirmando que a gravidade da situação financeira da instituição foi tamanha que a decisão de liquidação foi a única alternativa viável.
Em entrevista à CNN, Figueiredo explicou que, historicamente, o Banco Central sempre buscou medidas preventivas antes de chegar a uma liquidação, mas, no caso específico do Master, não havia mais espaço para negociação.
“É sempre uma grande dúvida quando o Banco Central toma uma atitude como essa. Mas, no caso do Banco Master, ele estava em uma situação tão crítica que a liquidação foi a única solução”, afirmou Figueiredo.
O ex-diretor do BC destacou que o banco estava completamente quebrado, com ativos que não tinham mais valor. “O banco não estava apenas quebrado, ele estava muito quebrado. Com mais de R$ 40 bilhões em ativos que não valem nada, não havia como reverter a situação”, ressaltou.
Figueiredo também abordou a possibilidade de intervenção do STF (Supremo Tribunal Federal) para reverter a decisão do Banco Central, algo inédito no Brasil. Ele questionou como seria possível salvar o banco sem uma injeção maciça de recursos públicos. “Para reverter a liquidação, o STF teria que trazer entre R$ 40 bilhões e R$ 60 bilhões para dentro do banco, apenas para que ele se sustentasse minimamente”, disse.
Ele explicou ainda que, em momentos de crise financeira extrema, a atuação do Banco Central é crucial para proteger a saúde do sistema financeiro e garantir que a economia não seja afetada ainda mais por uma falência em cadeia.
“O Banco Central tem agido com base em documentos e análises robustas, mas neste caso, a gravidade foi tão grande que a liquidação foi inevitável”, concluiu.
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