Estado de São Paulo
O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso afirmou haver um ‘pacto de saque ao Estado Brasileiro’, nesta segunda-feira, 1. “”Gente bem nascida, bem criada, passou a roubar também. Esse era o modo natural de se comportar nesse espaço público no Brasil”.
“Foi um pacto celebrado por parte da classe política, da classe empresarial e da burocracia estatal. Um pacto de saque ao Estado brasileiro, de desvio de recursos para fins privados. Essas pessoas se consideravam sócios do Brasil e cobravam uma participação em todos os contratos públicos relevantes”, disse durante o evento “Estadão Discute Corrupção”, realizado na sede do jornal O Estado de S.Paulo em parceria com o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) para discutir as operações Lava Jato e Mãos Limpas.
Barroso diz que identificou origens remotas da corrupção, como o patrimonialismo, o oficialismo e, como terceira causa, uma cultura de desigualdade em que um lote de pessoas se considera superior e, portanto, fora e acima das leis.
Diz ainda que a cultura histórica da impunidade também incentiva a corrupção.
O ministro diz que a corrupção era formada por esquemas profissionais de arrecadação e distribuição de dinheiro.
“Era estrutural, sistêmica e institucionalizada. Estava entranhada nas instituições da República e envolveu um espantoso arco de alianças: empresas privadas, estatais, agentes públicos, privados, partidos públicos, membros do Executivo, do Legislativo”.
“Vamos ter que criar uma cultura de que perante o direito as pessoas se distinguem entre as que cumprem adequadamente a lei e os que não cumprem. Acabar com a distinção clássica que era entre ricos e pobres. Ricos imunes a priori”, diz Barroso.
Por Fausto Macedo