Entrevistas

Haddad não é a pessoa de quem operadores de mercado mais gostam, diz economista

Alexandre Schwartsman, falou sobre as propostas do próximo governo na área econômica

CNN Brasil

Cogitado para assumir o ministério da EconomiaFernando Haddad não é a alternativa preferida pelo mercado, avalia o analista de Economia da CNN Brasil Alexandre Schwartsman.

“Em um primeiro momento, a reação [do mercado] foi negativa. Toda vez que se especulou o nome do Pérsio Arida, o mercado reagiu muito positivamente, então me parece que o Haddad não é a pessoa de quem os operadores de mercado mais gostam ou consideram mais apropriada”, disse nesta terça-feira (29) ao comentar as perspectivas econômicas do governo eleito para os próximos anos.

Sobre a PEC do Estouro, o economista afirmou que o valor proposto pelo grupo de transição é acima do esperado pelo mercado. “O ideal seria alguma coisa que coubesse o Bolsa Família ‘vitaminado’, alguma coisa da ordem de R$ 70 bilhões – R$ 52 bilhões para o Bolsa Família e R$18 bilhões para a proposta de R$ 150 por criança de até 6 anos de idade e por um período limitado – e já engatilhando uma proposta de um novo arcabouço fiscal que sinalizasse também o controle dos gastos públicos no horizonte mais longo”, disse.

Schwartsman destacou a proposta do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) sobre uma lei de responsabilidade social que remanejaria um conjunto de gastos para lidar com a pobreza. e que atingiria, com o mesmo volume de dinheiro, um número maior de pessoas.

“Poderia até aumentar um pouco mais dentro da proposta dele, alguma coisa no sentido de ter um impacto maior. Agora, precisa fazer uma coisa que seja medida, uma coisa que as pessoas avaliem qual é o impacto”, pontuou.

Para ele, o ideal seria prever um volume moderado de gastos em 2023 para lidar exclusivamente com a questão fiscal e sinalizar o que se pretende fazer daqui para frente. “O cenário está se encaminhando para um déficit primário no ano que vem na ordem de 1,5% a 2% do PIB. A gente sabe que para estabilizar o endividamento – não estou falando em reduzir – precisaria ter 2% de superávit antes de tudo”.

Confira a entrevista na íntegra no vídeo.

Link da publicação: https://www.cnnbrasil.com.br/business/haddad-nao-e-a-pessoa-de-quem-operadores-de-mercado-mais-gostam-diz-economista/

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