Entrevistas

Agenda ambiental é quase marginal no mundo corporativo, diz Candido Bracher na CasaFolha

Na plataforma de streaming do jornal, ex-presidente do Itaú dá curso sobre liderança e sustentabilidade

Folha

Faz cerca de 20 anos que Candido Bracher se dedica a questões ambientais. Quando assumiu a presidência do Itaú BBA, em 2005, procurou levar a preocupação para o setor bancário. Dobrou a aposta em 2017, ao assumir o comando do Itaú Unibanco. E, desde que deixou a instituição, em 2021, fez da sustentabilidade uma de suas principais agendas.

Para seu desgosto, percebeu que o mundo corporativo não dá muita atenção para o problema das mudanças climáticas. “É uma preocupação quase marginal”, diz ele. “Eu me senti responsável, sendo líder de um grande banco, por trabalhar para engajar a comunidade bancária.”

Mas lamenta que esse debate tenha se tornado ideologizado no Brasil. “É como se o aquecimento global se tornasse um tema da esquerda, como se os conservadores não fossem fritar junto com todo mundo à medida que o país vai se aquecendo”, afirma na CasaFolha, uma plataforma de streaming com cursos exclusivos recém-lançada pela Folha.

Em suas aulas, Bracher fala sobre “O novo papel do líder e a sustentabilidade”. Sua proposta é compartilhar a experiência acumulada em 40 anos no setor financeiro, os aprendizados como presidente do maior banco do país e as preocupações com a agenda ambiental.

“Não existe fórmula mágica e não é requerida nenhuma genialidade especial para você se desenvolver bem em uma atividade”, diz ele. “O que precisa é um compromisso constante, uma disposição positiva diante de problemas, uma disposição de pensar abertamente diante de cada situação nova e, principalmente, um compromisso com o longo prazo.”

Todos os vídeos com as lições do executivo estão disponíveis para assinantes em casafolhasp.com.br. A plataforma já conta com 12 cursos completos de grandes personalidades, como a Monja Coen, que ensina meditação, o ex-ministro Pedro Malan, que fala sobre análise econômica, e a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, que aborda o potencial do cérebro.

Além disso, novos conteúdos serão incluídos todos os meses. Em novembro, por exemplo, a CasaFolha contará com um curso inédito de José Padilha, diretor de sucessos como “Tropa de Elite”, “Ônibus 174” e “Narcos”. O cineasta ensinará “A arte de contar histórias”.

As aulas podem ser acompanhadas por membros da CasaFolha. É possível assinar a plataforma pelo endereço casafolhasp.com.br/assine. A assinatura, com desconto de 67% no lançamento, sai por R$ 19,90 por mês no plano anual (R$ 59,90 sem a promoção) e inclui acesso ilimitado a todas as notícias da Folha no site e no aplicativo para celular e tablet.

Quem já é assinante do jornal pode fazer o upgrade em condições especiais para ter à disposição todo o conteúdo da CasaFolha. Basta acessar casafolhasp.com.br/upgrade.

O tema escolhido por Bracher para o seu curso está cada vez mais na ordem do dia. Eventos extremos como as enchentes no Rio Grande do Sul ou a tempestade que deixou dezenas de mortos na Espanha tornam-se mais frequentes, e os especialistas calculam que a situação tende a piorar.

“O problema do aquecimento global não é um problema teórico. É um problema real e seus efeitos vão se fazer sentir cada vez mais”, diz o ex-presidente do Itaú na CasaFolha.

“Uma solução terá de ser buscada. Não existe alternativa a isso. A alternativa é o caos. Dentro disso, as empresas, quanto mais cedo se alinharem à busca de uma solução, mais terão a ganhar”, afirma o executivo, que é colunista da Folha desde 2021.

Quando era CEO, conseguiu realizar, por exemplo, a Conferência Amazônia, evento promovido pelo Itaú, em parceria com o Bradesco e o Santander, para discutir questões ambientais e articular doações para a preservação da floresta. Também assinou compromissos com a ONU (Organização das Nações Unidas).

Link da publicação: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/10/agenda-ambiental-e-quase-marginal-no-mundo-corporativo-diz-candido-bracher-na-casafolha.shtml

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